A independência dos EUA
Treze Colônias
No século XVIII, observamos o processo de crise das monarquias absolutistas, sinalizando o fim de um período chamado pelos liberais de Antigo Regime. Combatendo os princípios religiosos, filosóficos e políticos que fundamentavam a definição de um poder centralizado e a manutenção de certas práticas feudais, as revoluções burguesas sinalizavam a criação de uma nova forma de poder estabelecido. De acordo com a historiografia, a primeira experiência revolucionária a defender as ideias iluministas e reivindicar o fim da opressão monárquica, ocorreu no território das Treze Colônias inglesas. De posse da Coroa Britânica, as Treze Colônias desenvolveram certas peculiaridades econômicas, políticas e culturais. Sem contar com um modelo homogêneo de exploração colonial, os habitantes dessa região tinham uma relação diferente com sua metrópole.
Conhecida como “negligência salutar”, a liberdade concedida pelo governo britânico aos colonos norte-americanos foi responsável pelo florescimento de um espírito autônomo e a consolidação de diferentes formas de exploração do território. Ao sul, a economia baseada na plantation de exportação sustentada pelo trabalho escravo fazia contraste com as pequenas propriedades e as atividades comerciais empreendidas pelos colonos do norte.
Ao longo do século XVII, o envolvimento da Inglaterra em guerras pela Europa tornou-se um dos grandes fatores explicativos de toda liberdade política e econômica concedida às Treze Colônias. Entre os conflitos em que a Inglaterra se envolveu, a Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763) foi responsável pelo esvaziamento dos cofres públicos do país. Buscando sanar suas contas, a Inglaterra resolveu enrijecer suas relações com as colônias. Em 1764, a chamada Lei do Açúcar obrigava os colonos a pagar uma taxa adicional sob qualquer carregamento de açúcar que não pertencesse às colônias britânicas. Com tal exigência, a autonomia econômica dos colonos começava a ser ameaçada. No ano seguinte, a Lei do Selo exigia a compra de um selo presente em todos os documentos que circulassem pelo território. Já em 1773, a Lei do Chá obrigava a colônia a consumir somente o chá oriundo das embarcações britânicas.
Inconformados com tais desmandos e inspirados pelos escritos dos pensadores John Locke e Thomas Paine – francos opositores da dominação colonial – os colonos norte-americanos começaram a se opor à presença britânica nas Treze Colônias. Em dezembro de 1773, organizaram uma revolta contra o monopólio do chá que ficou conhecida como Boston Tea Party. Intransigente aos protestos coloniais, a Inglaterra decidiu fechar o porto de Boston (local da revolta) e impor as chamadas Leis Intoleráveis. No ano seguinte, reunidos no Primeiro Congresso da Filadélfia, os colonos redigiram um documento exigindo o fim das exigências metropolitanas. No Segundo Congresso da Filadélfia, ocorrido em 4 de julho de 1776, os colonos resolveram romper definitivamente com a Inglaterra, proclamando a sua Independência. Não reconhecendo as resoluções do Congresso da Filadélfia, a Inglaterra entrou em conflito contras as 13 colônias. Esses confrontos marcaram a chamada Guerra de Independência das Treze colônias. Apoiados pelos franceses, inimigos históricos da Inglaterra, as Treze Colônias venceram a guerra, tendo sua independência reconhecida em 1783.
Adotando um sistema político republicano e
federalista, os Estados Unidos promulgaram sua carta constitucional em 1787. Os
ideais de liberdade e prosperidade defendidos pelos fundadores da república
norte-americana não refletiam a situação dispares dos estados do Norte e do
Sul. Tais diferenças acabaram por promover um conflito interno, que ficou
conhecido como Guerra de Secessão.
Imagens do processo de Independência:
Vídeos
A Declaração de Independência:
Como reação às leis intoleráveis, os colonos organizaram um
Congresso na Filadélfia. Nesse Congresso, apesar de se manterem leais ao rei,
os colonos escreveram um documento onde pediam o fim das leis intoleráveis. A
reação inglesa ao congresso foi aumentar o número de soldados nas colônias. Em
1775, iniciaram-se ações militares entre ingleses e os colonos americanos. Em
1776, os colonos fizeram um segundo Congresso que acabou optando pela
separação: em 4 de julho de 1776 ficou pronta a Declaração
de Independência. Esse
documento foi baseado nos ideáis iluministas de liberdade e igualdade.
A guerra de independência das 13 colônias durou 5 anos. Os
ingleses obtiveram várias vitórias, mas em 1777 a França enviou ajuda
financeira e militar e a Espanha,a aliada da França e inimiga da Inglaterra
enviou uma esquadra para ajudar os colonos(esses países viram essa guerra como
uma oportunidade para enfraquecer a Inglaterra). A Inglaterra e se viu obrigada
a reconhecer a independência dos Eua.
Em 1787 foi promulgada a Constituição dos Estados Unidos da América. Esse
documento foi bastante influenciado pelo iluminismo e pelo liberalismo. Seus
pontos fundamentais eram:
· República federativa( república em que os estados membros conservam sua autonomia
em alguns assuntos) e presidencialista, na qual o governo central cuida da
defesa, das finanças e das relações externas
·Divisão dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário
·Livre exercício dos direitos políticos e civis para os cidadãos(excluía os
escravos e os indígenas): liberdade de expressão, liberdade de imprensa, de
crença religiosa e de reunião.
·Voto censitário e masculino
Apesar desse documento afirmar que todos os homens são criados de maneira igual
e dotados de direitos, a independência não trouxe benefícios para uma grande
parcela da população. A constituição, ao buscar equilíbrio entre os interesses
dos republicanos (norte) e federalistas(sul) não concedeu a abolição aos
escravos.